IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL - Paróquia de Todos os Santos
Rua Bauru, 263 - Bairro Canudos - Novo Hamburgo/RS Fone: (051) 3580-1512
BOAS VINDAS
Paz e Bem! Bem vind@s ao nosso Blog, através dele manteremos um canal de comunicação com nossos irmãos e irmãs e também com tod@s que quiserem conhecer melhor a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, através da Paróquia de Todos os Santos, em Novo Hamburgo. Esperamos que este contato virtual possa ser agradável, mas que seja também só um caminho para um encontro real e uma amizade verdadeira em Cristo. Desej0-lhes as bençãos de Nosso Senhor sobre suas vidas e espero a sua visita em nossa comunidade. Grande e fraterno abraço. Revdo. Ives Vergara Nunes, Reitor.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
APROXIMA-SE A QUARESMA ... APROXIMEM-SE DE DEUS!
“Aproximem-se de Deus e Ele se aproximará de você” (Tiago 4:8)
Nos dias de hoje convidar as pessoas a se arrependerem dos seus pecados é quase “falar com as paredes”, pois parece que os conceitos de certo ou errado, pecado ou graça, bênção ou maldição, estão cada vez mais esquecidos. Desta forma a quaresma, como tempo de preparação, arrependimento, conversão e mudança de vida também fica esvaziada. Será, então, que simplesmente a Igreja de Jesus Cristo deveria esquecer este ênfase e “deixar para lá” permitindo que cada pessoa faça o que quiser e a Igreja passe a achar tudo normal? Nas palavras do ditado popular: “deixar como está, para ver como fica.” E talvez no futuro, como os pais e mães costumam dizer quando algo de ruim acontece: “- Eu te avisei!”??
Não creio que seja este o papel da Igreja de Cristo. Hoje, cada vez tenho mais certeza que ela tem como referência João Batista, o que clama no deserto:
“- Arrependam-se e preparem o caminho do Senhor. Ele vem logo!
João Batista não tinha muita gente disposta a ouvir com atenção o que ele dizia, menos ainda que estivessem prontas a terem suas vidas mudadas por sua pregação. Mas isto não o impediu de continuar anunciando, mostrando o caminho e fazendo a sua parte. Este parece ser hoje o ministério daqueles e daquelas que seguem a Jesus Cristo, continuar pregando e vivendo o Evangelho, crendo ser esta a única maneira que nos resta, como seguidores de Cristo.
A quem ouvir este anúncio e aproveitar este tempo de quaresma para se aproximar de Deus as Santas Escrituras nos garantem: “aproxime-se de Deus e Ele se aproximará de você”. Pois cremos que Deus te ama, acima de qualquer coisa, por isto está mais preocupado com a tua salvação e bem estar do que com teus pecados. E só está esperando que tu “baixes a guarda” e Lhe dê uma chance para que possa entrar em tua vida e mudá-la completamente.
Nossa comunidade está de portas abertas e quer te ajudar nesta aproximação.
Revdo. Ives Vergara Nunes
Reitor
REFLEXÃO DE NOSSO BOLETIM PAROQUIAL - Nº 52 - MARÇO/2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
CULTO DE AÇÃO DE GRAÇAS PEL@S ANIVERSARIANTES
Queremos convidar aos irmãos e irmãs para que neste próximo domingo, 23/2/2014, com início as 20hs, participarem do Culto em Ação de Graças por tod@s aniversariantes dos meses de Janeiro e Fevereiro. Esta celebração é muito especial, pois através dela trazemos diante do Altar do Senhor a vida destes irmãos e irmãs, em gratidão e intercessão. Dia também de reunir a família, comungar, reencontrar a família da fé e confraternizar, pois logo após o culto também teremos um "junta pratos", onde cada qual é convidado a trazer algo para partilhar, seja salgado, bolo ou refrigerante.
Venha render graças e receber uma bênção que revigora as forças e dá ânimo e direção para sua vida.
Esperamos por você.
Revdo. Ives Vergara Nunes
terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
OPORTUNIDADES
O ano já começou faz um mês, mas será que ele se tornou novo para ti, ou foi só uma virada de calendário?
Compreendo que uma coisa se torna nova se eu puder comparar com uma que passou e agir diferente, ou melhor; caso contrário vou só repetir o passado, desperdiçando as OPORTUNIDADES de evoluir, crescer, melhorar e de me tornar um/a cristão/ ã, mais comprometido/a com a Igreja que o Senhor e meus pais me deram como herança
As OPORTUNIDADES surgem a toda hora em nossas vidas e na Paróquia também. Sempre temos OPORTUNIDADES de nos tornarmos alguém mais participativo, atuante, assíduo; sempre posso ser voluntário, posso ajudar na liturgia, nas promoções, nas ações sociais, na escola dominical; posso me tornar contribuinte; enfim posso aproveitar as OPORTUNIDADES que sempre surgem e fazer diferente ou melhor que no passado. Agir assim é uma maneira de demonstrar gratidão pela vida e abertura para a Graça de Deus que pode agir em ti e através de ti. O Ano de 2014 trará muitas OPORTUNIDADES em nossa Paróquia e cada uma delas é um presente que Deus nos oferece ... já se passou um mês ... estás disposto a aproveitar as demais?
Deus espera pelo teu SIM e a Igreja também, pois temos tudo para sermos realmente muito mais fortes no testemunho do Evangelho e no amor ao próximo, muitos mais animados na fé e no louvor, muito enriquecidos de dons e de tesouros ... basta que aproveitemos as OPORTUNIDADES.
Revdo. Ives Vergara Nunes - Reitor
OPORTUNIDADES DE NOSSA PARÓQUIA PARA 2014
LAR DE MENINAS - Este ano continuaremos com atividades mensais lá e sempre há lugar para quem queira ajudar de alguma forma. Estas crianças merecem carinho!
UMEAB – Já está sendo elaborado o Calendário de Atividades para 2014, haverá reuniões mensais abertas à todas as mulheres e outros projetos que surgirão;
ADEFI – Associação dos Deficientes Físicos – Além da coleta de Notas Fiscais que continua o Reverendo passará a dar um atendimento semana na Sede da entidade e todos que quiserem acompanhar nas visitas para conhecer são bem-vindos;
CONTRIBUIÇÃO REGULAR – Vai continuar? Vai começar? Vai aumentar? Enfim vais aproveitar esta oportunidade de contribuir para a Obra de Deus ou não?
COLETA DE ÓLEO USADO – Continuamos com o tambor só esperando por doações.
PARA REFLETIR NO INÍCIO DESTE ANO NOVO
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”
(Eclesiastes 3:1-8)
No ano novo como, e para que, utilizarás o teu tempo?
Uma pergunta muito simples, mas que pode fazer muita ou toda a diferença em um ano que está apenas começando. Afinal, Deus está nos concedendo 12 meses (ou 365 dias, ou 8.760 horas, ou 525.600 minutos ou ainda, 31.536.000 segundos), absolutamente novos, em branco, para que você os utilize da melhor forma possível. Pense nisto! Leia também a Mensagem de Ano Novo que distribuímos na Paróquia, caso não tenha recebido uma é só nos pedir ou pegar na igreja.
Publicado no Boletim Paroquial de Janeiro de 2014.
A VIDA TE SEJA ABUNDANTE!
“Eu vim para todos tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)
Esta é a primeira mensagem que escrevo para o ano de 2014, então estava refletindo sobre o que desejaria para cada irmão e irmã. Logo me ocorreu o versículo acima, quando Jesus declara qual o objetivo de Sua encarnação, o motivo pelo qual se tornou Emanuel, Deus Conosco; ou seja, Ele veio para que tenhamos uma vida abundante, mas o que seria isto traduzido para a vida de cada pessoa que crê Nele? Certamente não seria abundância de bens materiais, pois o próprio Cristo foi pobre; não seria a segurança de uma casa, pois Ele disse que quem não deixasse sua casa e família por Sua causa não seria digno Dele; não seria a paz e tranqüilidade dos que só querem “sombra e água fresca”, afinal Ele e seus discípulos viviam nas estradas e povoados, pregando, curando, alimentando os pobres e as vezes não tinham nem onde reclinar a cabeça. Então afinal o que é abundância de vida em Cristo?
Não me atreveria a responder esta pergunta de forma definitiva e completa, mas algumas coisas aprendi; a Vida em Abundância em Cristo não passa pela quantidade de bens (carros, casas ou dinheiro) que tenhamos, mas sim pela quantidade de amor que carregamos no coração; na vontade de construir relações de paz que temos; nas amizades sinceras que cultivamos; na solidariedade que somos capazes de praticar; na abertura para o diálogo que demonstramos; no tempo que dedicamos ao próprio Jesus, através de nossas orações e ações de amor ao próximo; na capacidade de admirar e proteger a natureza que o Senhor nos deu; na valorização e cuidado da Igreja que Cristo nos confiou; no empenho em busca do perdão e reconciliação. Pois uma Vida em Abundância é uma vida plena de Deus e consequentemente cheia de amor. Portanto, para 2014 o que te desejo é simplesmente que tenhas uma vida abundante do que te seja necessário à vida cotidiana (saúde, alimento, teto, família, emprego, remuneração, etc), mas acima de tudo que seja plena de Deus.
Receba nosso abraço e a Bênção de Deus (+) sobre tua vida em 2014.
Revdo. Ives Vergara Nunes - Reitor
Publicado em Nosso Boletim Paroquial de Janeiro de 2014.
terça-feira, 27 de março de 2012
CARTA PASTORAL AO CLERO E POVO DA DIOCESE MERIDIONAL
“Lava-me de toda a maldade e limpa-me do meu pecado” Salmo 51.2
“Senhor, liberta-nos de cairmos no pecado de crermos que a escravidão do Egito é melhor do que as lutas no deserto”. (Cipriano do Cartago, Mártir, 250 AD)
“Porque nestes 40 dias Tu nos levas ao deserto do arrependimento para que por meio da oração e da disciplina possamos crescer em graça e aprendermos a ser, novamente, o Teu povo”. (Prefácio da Quaresma, Liturgia Anglicana)
Ao Reverendo Clero e a todos os irmãos e irmãs em Cristo, graça e paz.
Estamos vivendo, como cristãos e cristãs, o grande retiro da Santa Quaresma, quando buscamos sempre voltar nossas vidas na direção de nosso Deus e Pai celestial.
Neste tempo quaresmal, a Tradição da Igreja Cristã no convoca à oração e à escuta e reflexão da Palavra de Deus no silêncio de nossos corações; à conversão, ou seja, o voltar sempre mais os nossos caminhos na direção de Deus e examinarmos por onde temos andado à luz da fé; ao jejum, isto é, o privar-nos, o renunciar e abster-nos. Na sociedade permissiva e consumista que vivemos, o jejum é o voltar-nos para o essencial, a partilha, o estender a mão e dar auxílio a alguém, num exercício de misericórdia, compaixão e solidariedade. Ser cristão e ser Igreja significam colocar a experiência pessoal sob a luz do Evangelho, e da vida histórica da Igreja e da realidade que nos cerca e não sermos prisioneiros da experiência, sem a meditação e reflexão. A Quaresma nos convida a vivermos estas duas ênfases.
Neste ano nossa, Diocese inicia uma nova etapa de sua vida, preparando-se para eleição de seu novo bispo ou bispa, no Concílio extraordinário que se realizará em setembro próximo. A eleição ao episcopado numa diocese é uma ocasião muito rica para colocar a vida diocesana e o ministério de todo o povo sob a perspectiva do ensino da Igreja, moldando desta forma o futuro de todos nós. Este é um momento ímpar e de muita responsabilidade de uma Igreja, em que o clero e o povo tem o privilégio e a responsabilidade de escolher o seu Pastor ou Pastora. E devemos estar conscientes de que o Episcopado na Igreja não é um “emprego”, mas sim um ministério.
É compreensível que, ao falarmos na escolha de uma nova liderança episcopal as pessoas automaticamente pensem em nomes. Mas este não é o melhor caminho para iniciar o processo. Devemos sim, primeiramente nos perguntarmos: Que Diocese queremos nesta nova etapa da vida diocesana? Quais os novos desafios e serviços que a missão de Deus nos coloca a serem enfrentados? Pois não podemos falar em ministério isolado da missão. Quais as nossas metas pastorais, administrativas, missionárias e educacionais para os próximos anos? Quais as nossas expectativas com relação ao ministério episcopal? Qual a nossa participação e colaboração com este novo ministério episcopal?
Depois sim, a partir desta reflexão, devemos buscar o discernimento sobre o perfil do episcopado para este novo tempo, tendo a consciência de que, humanamente, ninguém tem todos os dons, todas as virtudes e predicados para atender a um perfil ideal do ministério episcopal.
O bispo ou bispa é alguém que lidera a todos no grande sinal da identidade cristã, é como uma ponte unindo todas as paróquias e missões da diocese e a diocese com a Igreja pelo mundo afora. E na tradição da Igreja a função pastoral do episcopado incorpora três atividades centrais: a de proclamar e ensinar; a de prover os sacramentos, e, especialmente, presidir a Liturgia Eucarística da Igreja, e a de exercer a supervisão ou liderança nos concílios. A pessoa chamada ao episcopado não é um executivo de uma empresa. Ela preside não apenas uma instituição, mas um povo, ao qual ele pertence.
Todos os presbíteros e presbíteras são em princípio, canonicamente, candidatos em potencial, mesmo reconhecendo que um bom pastor ou pastora paroquial não significa, necessariamente, um bom pastor ou pastora diocesana. Após este tempo de oração e reflexão a respeito da vida diocesana para os próximos anos, então devemos refletir sobre o perfil de alguém que possa assumir esta tarefa e ministério. Só então, após esta caminhada, com muita oração, discernimento e cuidado, olhar no nosso clero diocesano quem melhor atenderia o desafio que o momento histórico nos impõe. Lembrando sempre, que em todo este processo, a nossa atitude é a de cristãos e cristãs na busca de seu Pastor ou Pastora.
É tarefa dos bispos ou bispas articular o diálogo e a unidade, sem impor à Igreja seus projetos pessoais – por melhores que sejam - nem seus próprios estilos ou gostos, sua própria teologia ou ideologia política, ou seus pendores devocionais; antes, desde os primórdios da Igreja, tem sido tarefa dos bispos respeitar a diversidade e a pluralidade para, com base neste respeito, construir a unidade e o sentimento de identidade, ajudando a Igreja a discernir e a perceber em seu centro e no centro do mundo a presença viva de Jesus. Por isso, não basta apenas escolher alguém que é diferente ou que é enérgico ou dinâmico ou ainda batalhador, se não tem a capacidade de reconhecer a presença de Cristo em outras linhas teológicas. Pois apenas dinamismo e energia não qualificam alguém para o ministério episcopal, podendo, ao contrário, contribuir não só para repelir os que não têm a mesma persuasão, mas também trazer divisão. Dinamismo e energia são necessários, mas devem estar a serviço da unidade e da comunhão.
Cabe-nos lembrar, que lamentavelmente na história da igreja no passado e recentemente, nos processos de eleições episcopais, temos visto a reprodução do que presenciamos na política secular. Os interesses, o loteamento de cargos, os acordos visando vantagens. E mais grave e triste, na ânsia desenfreada para vencer, surgem as atitudes de acusações, destruição da imagem e da vida dos outros com acusações levianas, ofensivas, maldosas e desleais aos outros candidatos. Atitudes indignas de quem se diz cristão ou cristã. É inaceitável que queiramos eleger alguém para o episcopado levando em consideração os defeitos dos demais candidatos, ou tomando como base para defender aquele ou aquela que nos agrade maledicências e discórdias. Pois estas atitudes não levam a nada, não promovem a unidade da igreja e alguém que use os defeitos dos outros como alavanca eleitoral para o seu candidato ou candidata, estará, certamente, distorcendo o processo e ao invés de contribuir para o fortalecimento da vida diocesana promoverá a discórdia e a divisão.
Graças a Deus, na eleição anterior, em nossa diocese, isto não ocorreu. E oramos a Deus que este não seja o caminho buscado neste ano. Pois este será o caminho mais curto e fácil para a quebra da comunhão e unidade diocesanas que até o momento temos vivido. E que trará consequências desastrosas para o ministério do novo bispo ou bispa e para a vida da diocese.
“Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”( 1ª Timóteo 3.1) . O problema não consiste, no entanto, em aspirar ao episcopado, ou até mesmo em tentar convencer as outras pessoas, mas em basear seu ponto de vista nos defeitos dos oponentes. Nossa escolha deve ser baseada em coisas positivas e não em negativas. Fazer “política” não é algo feio, mas devemos fazê-la expondo as qualidades de nosso candidato sabedores que aquele ou aquela que for escolhido será bispo ou bispa de todos nós e necessitará das orações, do apoio e do auxílio de todos para o bem da Igreja.
O ministério episcopal é antes de tudo o ministério da unidade. O episcopado, primordialmente, tem a ver com a unidade da Igreja. Como afirmava um dos Pais da Igreja dos primeiros séculos, Cipriano, de Cartago (250 AD): “O bispo é um que surge de muitos para que, a partir da pluralidade, se constitua a unidade”. E a unidade da igreja diocesana se dá com a integração dos diversos e variados dons e ministérios num único corpo. “E uma tarefa primordial do bispo e da bispa é presidir este corpo, a Igreja. Ele ou ela não é a cabeça do corpo, pois a cabeça é o próprio Cristo Vivo, ressuscitado, sempre presente no meio da Igreja. E o episcopado é, antes, sacramento, ou seja, presença simbólica que, no meio da comunidade, é sinal da presença do Cristo. Ele tem antes de tudo o ministério da unidade, da comunhão e da Palavra”.
Todos nós na Igreja não pensamos de igual modo. Não existe numa diocese uma uniformidade de pensamento e na forma de ser, e isto é uma riqueza. Mas o que sempre temos buscado como anglicanos, é uma Igreja e uma diocese em especial, que, em sua diversidade caminhe junto na missão de ser fiel à missão que Deus nos confiou nesta parte de nosso país.
Outra diocese da IEAB, e a nossa diocese em especial, também está sendo chamada neste ano a eleger alguém para o ministério de bispo ou bispa na Igreja. Conclamamos a Igreja diocesana a que nesta tarefa, seja obediente e dócil à voz das Sagradas Escrituras, pois elas nos iluminam sobre os critérios que devem nos guiar.
Que neste tempo de decisão da nossa vida diocesana o Espírito Santo de Deus nos ilumine para que escolhamos uma pessoa, embora imperfeita e pecadora como todos nós, que seja humilde para assumir a comunidade da diocese e “colocar sobre os seus ombros a comunhão que caracteriza a Igreja”. Que antes de pensar em nossa conveniência pessoal, olhemos para o Evangelho, do qual a Igreja é instrumento e para o qual o episcopado nos pastoreia, nos orienta e nos anima. Tendo a consciência que apesar da diversidade e da pluralidade, nós cremos na Igreja Um, Santa, Católica e Apostólica.
Que nosso Deus conceda a todos nós, neste tempo de decisões, que o seu Espírito nos transforme; que a doçura do seu Espírito nos dirija e inspire; que os dons do seu Espírito nos capacitem e iluminem para servi-lo e adorá-lo.
E que a misericórdia, a proteção, a força, a inspiração e a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo estejam com todos vós.
Porto Alegre, Quaresma, 2012
+ D. Orlando Santos de Oliveira
Bispo Diocesano
“Senhor, liberta-nos de cairmos no pecado de crermos que a escravidão do Egito é melhor do que as lutas no deserto”. (Cipriano do Cartago, Mártir, 250 AD)
“Porque nestes 40 dias Tu nos levas ao deserto do arrependimento para que por meio da oração e da disciplina possamos crescer em graça e aprendermos a ser, novamente, o Teu povo”. (Prefácio da Quaresma, Liturgia Anglicana)
Ao Reverendo Clero e a todos os irmãos e irmãs em Cristo, graça e paz.
Estamos vivendo, como cristãos e cristãs, o grande retiro da Santa Quaresma, quando buscamos sempre voltar nossas vidas na direção de nosso Deus e Pai celestial.
Neste tempo quaresmal, a Tradição da Igreja Cristã no convoca à oração e à escuta e reflexão da Palavra de Deus no silêncio de nossos corações; à conversão, ou seja, o voltar sempre mais os nossos caminhos na direção de Deus e examinarmos por onde temos andado à luz da fé; ao jejum, isto é, o privar-nos, o renunciar e abster-nos. Na sociedade permissiva e consumista que vivemos, o jejum é o voltar-nos para o essencial, a partilha, o estender a mão e dar auxílio a alguém, num exercício de misericórdia, compaixão e solidariedade. Ser cristão e ser Igreja significam colocar a experiência pessoal sob a luz do Evangelho, e da vida histórica da Igreja e da realidade que nos cerca e não sermos prisioneiros da experiência, sem a meditação e reflexão. A Quaresma nos convida a vivermos estas duas ênfases.
Neste ano nossa, Diocese inicia uma nova etapa de sua vida, preparando-se para eleição de seu novo bispo ou bispa, no Concílio extraordinário que se realizará em setembro próximo. A eleição ao episcopado numa diocese é uma ocasião muito rica para colocar a vida diocesana e o ministério de todo o povo sob a perspectiva do ensino da Igreja, moldando desta forma o futuro de todos nós. Este é um momento ímpar e de muita responsabilidade de uma Igreja, em que o clero e o povo tem o privilégio e a responsabilidade de escolher o seu Pastor ou Pastora. E devemos estar conscientes de que o Episcopado na Igreja não é um “emprego”, mas sim um ministério.
É compreensível que, ao falarmos na escolha de uma nova liderança episcopal as pessoas automaticamente pensem em nomes. Mas este não é o melhor caminho para iniciar o processo. Devemos sim, primeiramente nos perguntarmos: Que Diocese queremos nesta nova etapa da vida diocesana? Quais os novos desafios e serviços que a missão de Deus nos coloca a serem enfrentados? Pois não podemos falar em ministério isolado da missão. Quais as nossas metas pastorais, administrativas, missionárias e educacionais para os próximos anos? Quais as nossas expectativas com relação ao ministério episcopal? Qual a nossa participação e colaboração com este novo ministério episcopal?
Depois sim, a partir desta reflexão, devemos buscar o discernimento sobre o perfil do episcopado para este novo tempo, tendo a consciência de que, humanamente, ninguém tem todos os dons, todas as virtudes e predicados para atender a um perfil ideal do ministério episcopal.
O bispo ou bispa é alguém que lidera a todos no grande sinal da identidade cristã, é como uma ponte unindo todas as paróquias e missões da diocese e a diocese com a Igreja pelo mundo afora. E na tradição da Igreja a função pastoral do episcopado incorpora três atividades centrais: a de proclamar e ensinar; a de prover os sacramentos, e, especialmente, presidir a Liturgia Eucarística da Igreja, e a de exercer a supervisão ou liderança nos concílios. A pessoa chamada ao episcopado não é um executivo de uma empresa. Ela preside não apenas uma instituição, mas um povo, ao qual ele pertence.
Todos os presbíteros e presbíteras são em princípio, canonicamente, candidatos em potencial, mesmo reconhecendo que um bom pastor ou pastora paroquial não significa, necessariamente, um bom pastor ou pastora diocesana. Após este tempo de oração e reflexão a respeito da vida diocesana para os próximos anos, então devemos refletir sobre o perfil de alguém que possa assumir esta tarefa e ministério. Só então, após esta caminhada, com muita oração, discernimento e cuidado, olhar no nosso clero diocesano quem melhor atenderia o desafio que o momento histórico nos impõe. Lembrando sempre, que em todo este processo, a nossa atitude é a de cristãos e cristãs na busca de seu Pastor ou Pastora.
É tarefa dos bispos ou bispas articular o diálogo e a unidade, sem impor à Igreja seus projetos pessoais – por melhores que sejam - nem seus próprios estilos ou gostos, sua própria teologia ou ideologia política, ou seus pendores devocionais; antes, desde os primórdios da Igreja, tem sido tarefa dos bispos respeitar a diversidade e a pluralidade para, com base neste respeito, construir a unidade e o sentimento de identidade, ajudando a Igreja a discernir e a perceber em seu centro e no centro do mundo a presença viva de Jesus. Por isso, não basta apenas escolher alguém que é diferente ou que é enérgico ou dinâmico ou ainda batalhador, se não tem a capacidade de reconhecer a presença de Cristo em outras linhas teológicas. Pois apenas dinamismo e energia não qualificam alguém para o ministério episcopal, podendo, ao contrário, contribuir não só para repelir os que não têm a mesma persuasão, mas também trazer divisão. Dinamismo e energia são necessários, mas devem estar a serviço da unidade e da comunhão.
Cabe-nos lembrar, que lamentavelmente na história da igreja no passado e recentemente, nos processos de eleições episcopais, temos visto a reprodução do que presenciamos na política secular. Os interesses, o loteamento de cargos, os acordos visando vantagens. E mais grave e triste, na ânsia desenfreada para vencer, surgem as atitudes de acusações, destruição da imagem e da vida dos outros com acusações levianas, ofensivas, maldosas e desleais aos outros candidatos. Atitudes indignas de quem se diz cristão ou cristã. É inaceitável que queiramos eleger alguém para o episcopado levando em consideração os defeitos dos demais candidatos, ou tomando como base para defender aquele ou aquela que nos agrade maledicências e discórdias. Pois estas atitudes não levam a nada, não promovem a unidade da igreja e alguém que use os defeitos dos outros como alavanca eleitoral para o seu candidato ou candidata, estará, certamente, distorcendo o processo e ao invés de contribuir para o fortalecimento da vida diocesana promoverá a discórdia e a divisão.
Graças a Deus, na eleição anterior, em nossa diocese, isto não ocorreu. E oramos a Deus que este não seja o caminho buscado neste ano. Pois este será o caminho mais curto e fácil para a quebra da comunhão e unidade diocesanas que até o momento temos vivido. E que trará consequências desastrosas para o ministério do novo bispo ou bispa e para a vida da diocese.
“Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja”( 1ª Timóteo 3.1) . O problema não consiste, no entanto, em aspirar ao episcopado, ou até mesmo em tentar convencer as outras pessoas, mas em basear seu ponto de vista nos defeitos dos oponentes. Nossa escolha deve ser baseada em coisas positivas e não em negativas. Fazer “política” não é algo feio, mas devemos fazê-la expondo as qualidades de nosso candidato sabedores que aquele ou aquela que for escolhido será bispo ou bispa de todos nós e necessitará das orações, do apoio e do auxílio de todos para o bem da Igreja.
O ministério episcopal é antes de tudo o ministério da unidade. O episcopado, primordialmente, tem a ver com a unidade da Igreja. Como afirmava um dos Pais da Igreja dos primeiros séculos, Cipriano, de Cartago (250 AD): “O bispo é um que surge de muitos para que, a partir da pluralidade, se constitua a unidade”. E a unidade da igreja diocesana se dá com a integração dos diversos e variados dons e ministérios num único corpo. “E uma tarefa primordial do bispo e da bispa é presidir este corpo, a Igreja. Ele ou ela não é a cabeça do corpo, pois a cabeça é o próprio Cristo Vivo, ressuscitado, sempre presente no meio da Igreja. E o episcopado é, antes, sacramento, ou seja, presença simbólica que, no meio da comunidade, é sinal da presença do Cristo. Ele tem antes de tudo o ministério da unidade, da comunhão e da Palavra”.
Todos nós na Igreja não pensamos de igual modo. Não existe numa diocese uma uniformidade de pensamento e na forma de ser, e isto é uma riqueza. Mas o que sempre temos buscado como anglicanos, é uma Igreja e uma diocese em especial, que, em sua diversidade caminhe junto na missão de ser fiel à missão que Deus nos confiou nesta parte de nosso país.
Outra diocese da IEAB, e a nossa diocese em especial, também está sendo chamada neste ano a eleger alguém para o ministério de bispo ou bispa na Igreja. Conclamamos a Igreja diocesana a que nesta tarefa, seja obediente e dócil à voz das Sagradas Escrituras, pois elas nos iluminam sobre os critérios que devem nos guiar.
Que neste tempo de decisão da nossa vida diocesana o Espírito Santo de Deus nos ilumine para que escolhamos uma pessoa, embora imperfeita e pecadora como todos nós, que seja humilde para assumir a comunidade da diocese e “colocar sobre os seus ombros a comunhão que caracteriza a Igreja”. Que antes de pensar em nossa conveniência pessoal, olhemos para o Evangelho, do qual a Igreja é instrumento e para o qual o episcopado nos pastoreia, nos orienta e nos anima. Tendo a consciência que apesar da diversidade e da pluralidade, nós cremos na Igreja Um, Santa, Católica e Apostólica.
Que nosso Deus conceda a todos nós, neste tempo de decisões, que o seu Espírito nos transforme; que a doçura do seu Espírito nos dirija e inspire; que os dons do seu Espírito nos capacitem e iluminem para servi-lo e adorá-lo.
E que a misericórdia, a proteção, a força, a inspiração e a bênção de Deus Pai, Filho e Espírito Santo estejam com todos vós.
Porto Alegre, Quaresma, 2012
+ D. Orlando Santos de Oliveira
Bispo Diocesano
PÁSCOA – entre a tradição e a novidade
A Igreja comemora a Páscoa anualmente, repetindo praticamente os mesmos gestos, textos bíblicos e ritos há quase dois mil anos. E isto foi, por muitos séculos, uma segurança para os fiéis, pois se atribuía a esta longa tradição a força de um ensinamento cujas raízes eram tão profundas que não poderiam ser alteradas por nenhum ser humano. Ao celebrar a longa trajetória da fé do povo e da presença de Deus em meio aos que O amam, renovavam sua esperança no futuro e seguiam firmes na fé, na vida e na luta pelo Reino de Deus.
Porém hoje vivemos num mundo que valoriza somente o que é novo. E as pessoas procuram estas novidades nas lojas, na moda, na TV, na informática, na internet, na música, nos relacionamentos, nos produtos de beleza que rejuvenescessem, nas igrejas. A novidade virou um produto dos mais valorizados no mercado. Um exemplo: Há alguns dias o lançamento de um novo computador nos Estados Unidos fez com que pessoas do mundo inteiro fossem para lá e ficassem dias em uma fila para serem os primeiros a adquirir o novo produto. E a partir deste lançamento todos os demais computadores se tornaram obsoletos. Assim tudo o que é antigo, repetido e tradicional parece perder seu sentido e valor no mundo atual.
Então como pode a Igreja falar de Páscoa como nova vida? Em outras palavras: Como pode a tradição se tornar novidade para o povo? Não tenho a resposta final, até porque ela não existe, pois Deus se manifesta de forma diferente a cada irmão/a e a cada comunidade, mas oro pedindo que Deus: “lhes ilumine os olhos da mente, para que compreendam a esperança para a qual ele os chamou; ... para que entendam como é rica e gloriosa a herança destinada ao seu povo ...” (cfe Ef 1:18)
Encerramos lembrando o que o próprio Jesus nos disse: “Conhecerão a verdade e a verdade libertará vocês” (João 8:32). E a verdade é que Cristo, nossa Páscoa, é a maior de todas as novidades e conhecê-Lo e segui-Lo é o que de melhor pode acontecer na nossa vida.
“Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês.” (Tiago 4:8)
Revdo. Ives Vergara Nunes – Pároco
Porém hoje vivemos num mundo que valoriza somente o que é novo. E as pessoas procuram estas novidades nas lojas, na moda, na TV, na informática, na internet, na música, nos relacionamentos, nos produtos de beleza que rejuvenescessem, nas igrejas. A novidade virou um produto dos mais valorizados no mercado. Um exemplo: Há alguns dias o lançamento de um novo computador nos Estados Unidos fez com que pessoas do mundo inteiro fossem para lá e ficassem dias em uma fila para serem os primeiros a adquirir o novo produto. E a partir deste lançamento todos os demais computadores se tornaram obsoletos. Assim tudo o que é antigo, repetido e tradicional parece perder seu sentido e valor no mundo atual.
Então como pode a Igreja falar de Páscoa como nova vida? Em outras palavras: Como pode a tradição se tornar novidade para o povo? Não tenho a resposta final, até porque ela não existe, pois Deus se manifesta de forma diferente a cada irmão/a e a cada comunidade, mas oro pedindo que Deus: “lhes ilumine os olhos da mente, para que compreendam a esperança para a qual ele os chamou; ... para que entendam como é rica e gloriosa a herança destinada ao seu povo ...” (cfe Ef 1:18)
Encerramos lembrando o que o próprio Jesus nos disse: “Conhecerão a verdade e a verdade libertará vocês” (João 8:32). E a verdade é que Cristo, nossa Páscoa, é a maior de todas as novidades e conhecê-Lo e segui-Lo é o que de melhor pode acontecer na nossa vida.
“Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês.” (Tiago 4:8)
Revdo. Ives Vergara Nunes – Pároco
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